domingo, 25 de maio de 2008

COMPREENDENDO A IDENTIDADE DO CRISTO SOFREDOR - Parte 3

O ENTENDIMENTO ERRADO DO PAPEL DE JESUS
Marcos 8.31-33

Quando os discípulos percebem a verdadeira identidade de Jesus, o Deus Salvador, Ele, então, passa a falar com liberdade e clareza sobre o propósito maior de seu ministério. “É necessário” (grego: dei), uma expressão grega para descrever o destino como algo inescapável da qual nem os homens nem os deuses poderiam fugir. Porém, no Novo Testamento, passa a ganhar um significado novo. Ali o verbo é usado para indicar o cumprimento de Deus às suas promessas feitas no Antigo Testamento (cf. Mt 26.54; Lc 24.25-27). Em cumprimento ao papel de Servo Sofredor descrito em Isaías 53, Jesus deveria ser rejeitado e morto pelas próprias autoridades judaicas. Os líderes do sinédrio o condenariam à morte (Mc 14.63-64; 15.1-15). Mas, ao terceiro dia Ele ressuscitaria evidenciando seu poder sobre a morte e sua autoridade para justificar aqueles que crêem nEle (Cf. Rm 4.24-25).

Ao ouvir Jesus falando de rejeição e morte, Pedro chama Jesus de canto e o repreende, como alguém superior que compreende melhor o que Jesus deveria fazer. Essa história de sofrimento e morte era muito estranha para Pedro e para os judeus de sua época. Todos esperavam um Messias como um libertador político, não como alguém fraco que pudesse ser dominado pelas autoridades e morto. Esse Cristo não cabia no retrato de Pedro assim como Isaías 53 não era levado a sério o suficiente pelos judeus contemporâneos.

Essa evasiva de seu ministério de sofrimento e morte para a qual Pedro tentou dissuadi-lo, Jesus não aceita e reconhece na proposta algo muito familiar daquilo que enfrentara no deserto diante de Satanás (Mt 4.1-11). A proposta era a mesma: tome posse de Seu reino sem assumir seu papel de Servo (Mc 10.45; Lc 22.26-27; cf. Mt 4.8-9). Não é possível um Cristo Rei e Senhor sobre tudo e todos, sem antes um Cristo que se entrega à cruz e abre mão da própria vida em favor de muitos (Fp 2.5-10; cf. Lc 22.26-30). O Filho do homem glorioso de Daniel 7.13-14, expressão que Jesus sempre usava em relação a si mesmo, como vemos no texto, precisava, também, passar pela traição e rejeição (Mc 9.12; 14.21). Nada deveria impedir Jesus de cumprir sua missão, por isso, Ele manda Pedro sair da frente de seu caminho com tal proposta (essa é a idéia do texto grego: “Vá para trás de mim, Satanás”).

Um Jesus que alcança a glória antes da cruz é um Cristo imaginado pelo homem, não o Salvador que cumpre os propósitos redentores de Deus. Foi da vontade do Pai que Jesus bebesse o cálice da cruz, a fim de que tivéssemos vida por meio da morte dEle.

Ao reconhecermos Jesus como nosso Deus e Senhor, precisamos entender que a cruz faz parte de nosso discipulado. O que tem se pregado por aí é um evangelho que não envolve a cruz, e sim, o evangelho do conforto.

Nos versículos seguintes Jesus deixará bem claro que seguí-lo implica em abrir mão de nossos sonhos, projetos, poder e glória, a fim de buscarmos a glória dEle e a proclamação do evangelho (cf. Mc 8.34-38). É claro que um dia viveremos e reinaremos com Cristo, mas antes disso, precisamos perseverar e morrer juntamente com Ele (2 Tm 2.11-12). É por isso que Paulo poderia dizer: “Quero conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos” (Fp 3.10-11). A nossa identificação com Jesus ocorre não somente em Sua glória, mas também, em seus sofrimentos. Isso só é possível quando entendermos o sentido de “... considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar Cristo” (Fp 3.8).

“O evangelho é um chamado para o auto-sacrifício e não para a auto-realização” (John MacArthur).

COMPREENDENDO A IDENTIDADE DO CRISTO SOFREDOR - Parte 2

A CONFISSÃO CORRETA SOBRE A IDENTIDADE DE JESUS
Marcos 8.27-30

Marcos faz um link interessante com a palavra “aldeia” no grego. Enquanto o cego no verso 26 não deveria ir para a aldeia, Jesus e seus discípulos vão para as aldeias (v. 27), de um local mais ao norte de Betsaida, em Cesaréia de Filipe, a capital da região. Durante o caminho, Jesus lança uma pergunta aos doze: “Quem as pessoas dizem ser o Filho do Homem?”. Os discípulos apresentam várias perspectivas de opinião popular acerca de Jesus, algo bem parecido do que já havia sido apresentado em 6.14-16.

Para as pessoas Jesus era um grande profeta como Elias, ou quiçá agisse pelo poder de João Batista. Alguns, não iam muito longe e pensavam ser ele simplesmente mais um dos profetas. Até aqui os discípulos não haviam se arriscado a opinar, apenas perguntaram: “Quem é este que até o vento e o mar lhe submetem?” (4.41), mas não passaram disso. Ao contrário, seus corações e mentes estavam duros e insensíveis para perceber a grandeza da Pessoa de Jesus (6.51-52; 8.17-21).

Com um humeis (vocês) enfático, Jesus pede a resposta dos discípulos para essa questão. Isso distingue os discípulos do grupo maior da multidão. Pedro assume a frente deles, como será natural daqui em diante. Ele responde: “Tu és o Cristo”. O texto paralelo de Mateus acrescenta “O Filho do Deus Vivo” (Mt 16.16). Claro que a identidade de Messias de Jesus subtendia Sua divindade (Mc 14.61-63), e Pedro superou a si mesmo ao reconhecer Jesus como o Cristo, o Messias, o Filho de Deus. Na verdade, só foi capaz disso pela revelação dada por Deus (Mt 16.17). Ele começou a abrir os olhos dos discípulos cegos. Não apenas o cego passou a enxergar as pessoas, mas os discípulos passam a entender quem é a Pessoa de Jesus. Todavia, os versículos a seguir mostrarão que a visão dos discípulos é ainda parcial e limitada. A revelação de Deus começou a operar na cegueira dos discípulos, só não podemos esquecer que a restauração ocorrerá em partes, não instantaneamente.

Quem é Jesus para nós? O mundo contemporâneo tem pintado vários retratos a respeito de Jesus. Para alguns Jesus tem um jeito efeminado e vulnerável, seu adjetivo marcante é a compaixão. Ele se interessa pelas pessoas, mas é tão fraco que não pode fazer muita coisa por elas ou lhes exigir que se coloquem debaixo de seu senhorio.

No mundo neo-pentecostal Jesus é um milagreiro, aquele que realiza grandes milagres no show da fé, alguém cujo poder místico atrai fiéis, mas não opera transformação em seu caráter e um desejo intenso de viver em conformidade com a santidade de Deus. Jesus é muito mais o curandeiro dos caroços, ou o mágico que concede BMW e casas próprias.

Já outros demitizaram Jesus. Foi um grande homem com um bom número de seguidores, mas seus milagres e poder são fruto da imaginação da igreja primitiva. Assim, olham para Jesus a partir da modernidade e descobrem nEle um exemplo de moralidade.

Se, realmente, queremos olhar para Jesus com a lente correta precisamos compreendê-lo a partir dessa confissão de Pedro. Ao afirmarmos e crermos em Jesus como o Cristo, o Ungido, reconhecemos que Ele é o Filho de Deus, o que implica em sua divindade, como ficou nítido em seu julgamento perante as autoridades judaicas no final do evangelho, quando é condenado por blasfêmia (14.61-64). Ali, também, encontramos a chave para o sentido de Cristo que remonta ao Antigo Testamento, no livro de Daniel.

Em Marcos 14.62 vemos uma alusão a Daniel 7.13, 14 que diz: “Em minha visão à noite, vi alguém semelhante a um filho de homem, vindo com as nuvens dos céus. Ele se aproximou do ancião e foi conduzido à sua presença. Ele recebeu autoridade, glória e o reino; todos os povos, nações e homens de todas as línguas o adoraram. Seu domínio é um domínio eterno que não acabará, e seu reino jamais será destruído”. Assim, Jesus é o Filho do Homem, um título cristológico de Daniel e que o próprio Cristo assume em Marcos 8.31. Por ser o Filho do homem ele é tanto humano, como requer o termo, mas ao mesmo tempo é Deus, pois é digno da adoração de todos, bem como reina sobre todos.

Na contrução de uma visão exata de Jesus, passamos a reconhecê-lo como o nosso Deus, o único digno de nossa adoração, a quem devemos toda nossa obediência e devoção em todas as áreas e momentos de nossas vidas.

COMPREENDENDO A IDENTIDADE DO CRISTO SOFREDOR - Parte 1

INTRODUÇÃO

Uma compreensão correta de quem Jesus é e de Seu papel como Salvador são indispensáveis para um comprometimento saudável e realista com o discipulado dEle. Algo bem diferente do evangelho que encontramos na Bíblia tem sido divulgado por aí e, como conseqüência trágica, pessoas dizem seguir a Jesus e crer nEle, sem qualquer preocupação em obedecê-lo ou em assumir as conseqüências do verdadeiro discipulado.

O texto de Marcos 8.22-33 nos ajuda a uma compreensão profunda da Pessoa de Jesus e de Seu propósito ao se tornar homem e se humilhar até a morte de cruz. Observar textos como esse é demasiadamente necessário e urgente para nossa mentalidade pós-moderna do evangelho fast food.

A CURA FÍSICA COMO ANÚNCIO DA CURA ESPIRITUAL
Marcos 8.22-26

O texto de Marcos 8.11-12, termina com a repreensão de Jesus aos discípulos por sua dureza de coração e insensibilidade espiritual para compreender a verdadeira identidade e natureza da Pessoa de Jesus. Ele usa ilustrações físicas para destacar a falta de percepção da alma dos discípulos. Diz que eles possuem ouvidos, mas não escutam e olhos, porém não enxergam. Alguns versículos anteriores descreveram a cura de Jesus de um surdo que passou a ouvir perfeitamente. Agora, depois dessa repreensão pela cegueira de coração dos doze, Jesus realiza a cura de um homem cego. Uma cura diferente das demais.

O lugar em que se encontram, fora do barco, é próximo de Betsaida Julias, não mais dentro da Galiléia. Numa aldeia, trazem um homem cego a Jesus e rogam a Ele que toque no enfermo e o cure (cf. 1.31, 41; 5.42; 7.32-35). Jesus, sem buscar popularidade, traz o cego junto consigo para fora do povoado, assim como fizera em Decápolis com o surdo-mudo (cf. 7.32-33). À parte, Jesus cospe nos olhos do cego e impõe as mãos sobre ele. Diferente de outros relatos que mostram a restauração instantânea, aqui não foi assim. Jesus pergunta ao cego se ele consegue enxergar. O cego recobra sua visão, mas não de modo nítido: “Vejo pessoas; elas parecem árvores andando”.

Então, mais uma vez, Jesus impõe sua mão sobre os olhos do homem e, finalmente, a visão dele é completamente restaurada, a ponto de ver tudo claramente. Como é comum em Marcos, Jesus pede ao homem curado que não voltasse para o povoado, a fim de não divulgar o milagre (cf. 7.36-37). Ele não quer que as pessoas o vejam apenas como o milagreiro, mas como alguém cujo propósito é dar a própria vida em favor da salvação espiritual dos homens, como ficará bem claro mais à frente (8.31-33).

O que deixa muitos intrigados é o porquê Jesus efetuou esse milagre em etapas no lugar de fazer isso de uma só vez. Esse milagre desenvolve um papel chave no livro de Marcos. Apenas aqui encontramos o relato dele, nenhum outro evangelista o descreve. O foco do texto é que assim como o cego físico experimentou uma recuperação gradual de visão da realidade que o cercava, assim, também, os discípulos cegos passam a enxergar quem é Jesus nos versículos seguintes, todavia, com a visão ainda embaçada.

sábado, 17 de maio de 2008

Teologia do Sexo

Michael Lawrence

Freqüentemente, nós justificamos nossa atividade sexual sobre a base do nível de comprometimento no relacionamento. Quanto maior o nível de comprometimento no relacionamento, mais sexualmente envolvidos nós nos permitimos estar. Uma das coisas mais comuns que ouço no aconselhamento pré-matrimonial são casais dizendo que eles se abstiveram da atividade sexual até noivarem. Neste ponto, toda a restrição interna que eles sentiram, de repente desaparece e, agora, se encontram lutando – algumas vezes falhando – para permanecerem fora da cama.

Será que temos compreendido erradamente o padrão de Deus? Comprometimento crescente legitima níveis crescentes de intimidade sexual fora do casamento? Aqui é exatamente onde a teologia do sexo se torna importante e uma teologia do sexo requer bem mais do que uma lista sobre o que fazer e o que não fazer. Conforme isso é exposto, sexo não é uma recompensa arbitrária que você recebe por casar-se, e intimidade sexual não está ligada a uma escala crescente de compromisso. Antes, sexo possui um significado teológico dado por Deus e propósito que transcende “minha” experiência e opinião acerca disso.

Conforme o primeiro capítulo do livro de Gênesis, Deus criou homem e mulher à sua própria imagem. “Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27). O que isso significa é explicado nos versos seguintes. Como Deus, homem e mulher devem exercer domínio sobre a terra. Eles devem ser criativos enquanto promovem a ordem e produtividade da criação de Deus. Devem, também, viver num relacionamento frutífero um com o outro. Isso é uma clara implicação do mandamento de Deus “Sejam férteis e multipliquem-se” (Gn 1.28). A questão fica ainda mais explícita em Gênesis 2. No meio da criação perfeita de Deus, ele coloca um jardim, literalmente um paraíso (vv. 1-14). Logo, Deus coloca o homem que Ele fez neste paraíso dos paraísos e lhe dá uma tarefa (v. 15). Ordena ao homem que cuide e proteja este jardim. Quase imediatamente depois que dá ao homem esse chamado básico para a sua vida, Deus declara, pela primeira vez, que há algo que não é bom: não é bom que o homem esteja só (v. 18). Então, Deus cria a mulher e a traz ao homem. Este não está mais só. Adão observa Eva e diz: “Essa é osso dos meus ossos e carne da minha carne” (Gn 2.23). Então, percebemos que somos testemunhas do primeiro casamento, quando Adão e Eva se unem e se tornam uma só carne (v. 24).

A Bíblia nos ensina que casamento é uma aliança que estabelece um relacionamento entre um homem e uma mulher que não possuem obrigações naturais um com o outro, com um pai e uma criança possuem, mas que voluntariamente assumem obrigações permanentes e compromissos de um relacionamento familiar. Antes que dois indivíduos casem, eles não eram familiares; não eram uma só carne. Mas no casamento, estes dois indivíduos se tornam familiares numa união tão próxima, íntima e permanente que a única linguagem para isso é a linguagem da família, a linguagem de carne e sangue. Nossa capacidade para estabelecer este tipo de relacionamento de aliança é parte do que significa ser criado à imagem de Deus. Exatamente como Cristo é unido ao seu povo de tal modo que Ele se torna a cabeça e a Igreja o Seu corpo (Ef 5.23, 30), assim Deus nos criou para refletir Sua imagem enquanto nos relacionamos com uma outra pessoa numa união pactual de uma só carne. Tornar-se uma só carne não significa tornar-se uma só pessoa. Um marido e uma esposa permanecem sendo pessoas distintas. Porém, isso significa sim que como resultado da aliança do casamento, o marido agora se relaciona com sua esposa como se ela fosse parte do seu próprio corpo, cuidando dela e a protegendo, exatamente como cuida e protege a si mesmo.

Agora, se casamento é uma aliança, então tal aliança deve ter um sinal, algo que torna visível a realidade invisível da união de uma só carne. Este é o modo como todas a alianças funcionam na Bíblia. Quando Deus fez uma aliança com toda a criação de não destruir o mundo, novamente, por meio do dilúvio, ele colocou o arco-íris como um sinal no céu. Quando Deus faz a aliança com pecadores arrependidos na Nova Aliança, ele nos dá o sinal do batismo, no qual o visível retrata a realidade invisível de nosso ser sepultado com Cristo, sendo purificado do pecado, e ressuscitando para uma novidade de vida com Cristo. E da mesma forma, funciona com a aliança do casamento. Um vez casado, um homem não se relaciona com sua mulher com se ela fosse sua irmã ou mãe – pessoas com as quais você não tem relação sexual. Mas ele se relaciona com sua esposa, unindo-se a ela num relacionamento de uma só carne de mútuo amor, lealdade e intimidade. O sinal desta aliança sem par, é o ato físico de tornar-se uma só carne no intercurso sexual.
O que isso significa é que a intimidade e prazer do sexo não é uma recompensa do casamento que recebemos por nos casarmos. Seria o mesmo, dizer que o batismo é uma recompensa que recebemos por nos tornarmos cristãos. Não, sexo é o sinal da própria aliança do casamento. E se envolver sexualmente é uma chamado de Deus como testemunho de que nos mantemos responsáveis por nosso compromisso de aliança no casamento.
Traduzido de Sex and the Supremacy of Christ, p. 136-138
Intimidade Sexual e Comprometimento Relacional

Michael Lawrence

Antes de tudo, como dito acima, muitos entendem que a intimidade sexual e comprometimento relacional estão conectados numa escala, na qual quanto maior o comprometimento, maior a liberdade que um casal tem para se envolver na intimidade física ... a inclinação cresce de nenhuma intimidade física até o intercurso conforme os níveis crescem de nenhum comprometimento ao máximo comprometimento do casamento. Com certeza, cristãos, mais provavelmente, seguirão a linha pontilhada mais baixa, na qual a intimidade se demora em aumentar. E nestes dias, não cristãos estão, provavelmente, se movendo mais rapidamente para intimidade.

Todavia, se a intimidade sexual é o sinal da aliança do casamento, antes que uma recompensa pelo crescimento de níveis de comprometimento ... deveria, então, ser um gráfico em que a linha se move num grande passo, da intimidade física apropriada com uma irmã/mãe à intimidade física apropriada com uma esposa. Em resumo, toda mulher que está num relacionamento com um homem, ou é uma ou outra. Biblicamente falando, não há área intermediária, na qual uma mulher é um tipo de irmã ou um tipo de esposa.

Agora, eu suponho que alguns leitores estejam pensando: “Você diz que casais devem se abster de beijar e pegar as mãos até o casamento?”. Não quero lançar um novo conjunto de limites que não devem ser atravessados. Isso desvia do foco. Antes, sugiro que todos nós devemos repensar o propósito e significado da intimidade física entre um homem e uma mulher. Eu penso que a melhor maneira que posso fazer isso é observando de modo prático, do outro lado dos votos do casamento. Em tudo o que um casal de namorados se envolve fisicamente, com exceção do intercurso, casais casados também o fazem. A única diferença é que um casal casado tem um nome para essa atividade. Chamam isso de preliminares. Então, enquanto o casal de namorados conforta a si mesmo, dizendo: “Até aqui tudo bem, porque isso não é sexo”, o casal casado diria: “Isso é ótimo, porque é parte do sexo!”. O fato é, Deus não apenas criou o intercurso sexual, Ele criou tudo que leva ao intercurso, também. E todas as coisas estão ligadas juntas. As preliminares são a rampa de mão única que levam à auto-estrada do intercurso sexual. Em nossos carros não pretendemos diminuir a velocidade nessa rampa de mão única, nem voltar atrás. As rampas que levam à auto-estrada não foram designadas para isso. Foram projetadas para aumentar a velocidade do carro em direção à auto-estrada. Assim, é com as preliminares. Foram projetadas para que um homem e uma mulher aumentem a velocidade e isso funciona. Então, se você não é casado, o que está fazendo na rampa de mão única que leva à auto-estrada? Não foi tencionada para você ficar se expondo sem nenhuma direção, acelerando seus motores, mas não indo a lugar algum.

Traduzido e Adaptado de Sex and the Supremacy of Christ. p. 138-140

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