quinta-feira, 26 de maio de 2011

VIDA EM COMUNHÃO

DIETRICH BONHOEFFER



Desde que comecei a ler o livro Vida em Comunhão (Editora Sinodal) de Dietrich Bonhoeffer, tenho sido grandemente impactado pela reflexão profunda deste teólogo alemão que experimentou de forma muita intensa a graça da comunhão, especialmente quando cuidou do Seminário de Pregadores da Igreja Confessante em Finkenwalde. Destaquei alguns trechos do livro que nos desafiam a valorizar o presente da vida com nossos irmãos de fé.

"Nossa comunhão consiste unicamente no que Cristo fez por nós dois. E isso não é assim apenas no início, como se, no decorrer do tempo, algo fosse acrescentado a essa comunhão, mas assim será para todo o futuro e toda a eternidade. Só tenho e terei comunhão com outra pessoa através de Jesus Cristo. Quanto mais autêntica e profunda for nossa comunhão, tanto mais tudo o resto ficará em segundo plano, com tanto mais clareza e pureza Jesus Cristo, única e exclusivamente ele, e sua obra se tornarão vivos entre nós. Temos uns aos outros apenas através de Cristo, mas através de Cristo de fato temos uns aos outros, inteiramente para toda eternidade".

"Deus odeia fantasias, pois elas tornam a pessoa orgulhosa e pretenciosa. Quem idealiza uma imagem de comunhão exige de Deus, das outras pessoas e de si mesmo que ela se torne realidade. Entra na comunhão cristã colocando exigências, estabelece uma lei própria e a partir dela julga os irmãos e até mesmo Deus ... Age como se precisasse criar primeiro a comunhão cristã, como se seu ideal fosse unir as pessoas. Tudo o que não acontece de acordo com sua vontade é considerado como fracasso. Lá onde ela vê seu ideal ser destruído, ela vê a comunhão se quebrando. Assim, primeiro ela se torna acusadora de irmãos, então de Deus e, por fim, acusadora desesperada de si mesma. Não entramos na comunhão com outros crentes colocando exigências, mas com gratidão e como agraciados, porque Deus já colocou o único fundamento de nossa comunhão, porque há muito tempo, mesmo antes de entrarmos na comunhão com outros cristãos, Deus já nos uniu com eles num só corpo em Jesus Cristo. Agradecemos a Deus pelo que fez por nós. Agradecemos a Deus por ele nos dar irmãos que que vivam sob o seu chamado, seu perdão e sua promessa. Não nos queixamos por aquilo que Deus não nos dá, mas agradecemos pelo que ele nos dá diariamente. Por acaso não basta o que nos é dado: irmãos que, em pecado e tribulação, ficam ao nosso lado sob sua bênção e graça? ... Mesmo quando pecado e desentendimento pesam sobre a comunhão, o irmão pecador não permanece sendo o irmão junto do qual estou colocado sob a palavra de Cristo? Seu pecado não se torna um motivo para renovadamente dar graças por podermos ambos viver sob o amor perdoador de Deus em Jesus Cristo?"

"Na comunhão cristã acontece o mesmo com o agradecimento nas outras áreas da vida cristã. Apenas quem agradece pelas pequenas coisas, recebe também as grandes. Nós impedimos Deus de nos presentear com as grandes dádivas espirituais que ele reserva para nós, porque não lhe agradecemos pelas dádivas cotidianas. Achamos que não devemos nos dar por satisfeitos com a pequena medida de reconhecimento espiritual, experiência, e amor que nos foi proporcionada, e que devemos sempre aspirar aos dons supremos ... Oramos pelas grandes coisas e esquecemos de agradecer pelas pequenas dádivas do dia-a-dia (que na verdade não são tão pequenas assim!). Mas como Deus pode confiar coisas grandes a quem não aceita com gratidão as pequenas coisas de sua mão?"

"‎Por isso, quem pode até este momento viver em comunhão com outros irmãos, que louve a graça de Deus de joelhos e reconheça: é graça, nada mais do que graça, o fato de que hoje ainda podemos viver em comunhão com irmãos cristãos"




AS AMIZADES E A SABEDORIA

PARTE 1



INTRODUÇÃO

Como viver a vida da melhor forma possível? De que modo podemos desfrutar de todo o potencial que as amizades profundas e verdadeiras contêm? Somos amigos sábios, fazemos escolhas sábias quando desenvolvemos relacionamentos mais íntimos e próximos?

David Hubbard faz a seguinte observação: “Os mestres sabiam que a vida era vivida em grupo ... nós andamos em grupos – sejam eles a nossa rede social de amigos ... companheiros de oração, nossa equipe de futebol, colegas de trabalho ou nossa gangue de rua. O que nos tornamos é determinado [influenciado] em uma medida significativa pela companhia que escolhemos e mantemos”.[1]

Assim, os mestres da sabedoria bíblica têm muito a nos oferecer com seus conselhos preciosos e precisos sobre a amizade. Nos próximos dois estudos de nossa série, vamos analisar as orientações proverbianas sobre a boa amizade e os perigos que devemos evitar.
CARACATERÍSTICAS DO BOM AMIGO[2]

1.      LEALDADE E CONSTÂNCIA

  • Provérbios 17.17
“Em todo tempo ama o amigo,
e na angústia nasce o irmão”

A expressão “em todo o tempo” não admite exceções. A segunda linha torna mais dramática o que a primeira afirmou. Um “irmão”, seja de sangue ou de aliança, sabe que um dos alvos principais de sua vida (“nasce”) é estar ao lado do amigo e ajudá-lo em sua adversidade. Amigos das épocas de adversidade são os únicos dignos de se ter; mais ainda, eles são os únicos dignos de se ser. O texto não nos ensina como alcançar amigos leais, mas como sermos esses companheiros fiéis. Isso implica numa disposição de não apenas rir juntos e celebrar as vitórias um do outro, como também, chorar juntos e fazer do sofrimento do outro, o nosso próprio.

·         Provérbios 27.10

“Não abandones o teu amigo, nem o amigo de teu pai,
nem entres na casa de teu irmão no dia da tua adversidade.
Mais vale o vizinho perto do que o irmão longe.”

Não sabemos o exato contexto em que este provérbio fora mencionado, se o conselho para não buscar a ajuda do irmão é a distância em si ou a constância na casa de outros (cf. Pv 25.17). Mas, o princípio do versículo é claro na primeira e última linha do verso: “Onde há amor leal por parte de amigos, não corra dele; use-o quando precisar. Além do mais, estes amigos fiéis, provavelmente, darão às boas vindas a uma oportunidade de retribuir ações de bondade que evocarão sua amizade em primeiro lugar. Portanto, pode ser um ato de amor leal pedir ajuda tanto quanto oferecê-la. Na aliança da amizade íntima, o amor flui em ambas as direções”.[3]

2.      INTIMIDADE

  • Provérbios 18.24
“O homem que tem muitos amigos sai perdendo;
mas há amigo mais chegado do que um irmão.”

Este texto de Provérbios nos adverte contra o perigo de amizades superficiais. É o oposto do que propõem as redes sociais de nossos dias: “Quantos mais amigos você tiver no Orkut, Facebook, MSN, mais feliz você será”. A “inchação de amigos” é um fenômeno muito comum em nosso mundo ocidental, em que se faz vários amigos rapidamente e, depois, se descarta sutilmente. Um amigo que se “achega” (lit. heb.: “gruda”) ao outro demonstra uma lealdade muito mais intensa do que poderia se esperar de um irmão. “Os laços que mantêm as pessoas unidas são muito preciosos para se tornarem barateados pelo material da conveniência”.[4]  

3.      AMOR VERDADEIRO

  • Provérbios 27.5-6
Melhor é a repreensão franca
do que o amor encoberto.

O termo hebraico usado para “repreensão” aponta para aquela advertência que todos precisamos, a fim de fazermos escolhas sábias e santas em nossas vidas, “as repreensões da disciplina são o caminho da vida” (Pv 6.23). Quem não houve a “repreensão”, chora no final dos seus dias (Pv 5.11-12). Exatamente, por isso, precisamos acolher com alegria amigos que nos repreendem, bem como amarmos profundamente, a ponto de confrontarmos nossos amigos quando estão errados. A confrontação feita da forma correta, pelas razões certas é um ato elevado de amor (Ef 4.15, 25).  Por outro lado, um “amor inexpressivo não tem valor algum”.[5] O “amor” tímido, que é muito frágil para dizer o que precisa ser dito não é amor de forma alguma.

Leais são as feridas feitas pelo que ama,
porém o inimigo multiplica os beijos.

O amigo verdadeiro é digno de confiança, já que suas intenções são motivadas pelo amor, mesmo quando pronuncia verdades que golpeiam e ferem nossas almas. Por outro lado, onde há muitos cumprimentos, elogios e ostentação, aí mora o perigo da falsidade e traição. Jesus foi um amigo que falou palavras duras aos seus discípulos, diversas vezes (cf. Mc 8.33; 9.33-37; 14.29-30). Ao mesmo tempo, foi por meio de um beijo que Judas traiu Jesus (Mc 14.44-16). Cuidado! Não se aproxime apenas daqueles que o elogiam e o engrandecem, pois, quando um perigo aparecer à frente, não o alertarão, e você sofrerá as conseqüências sozinho. O profeta Jeremias advertiu o povo do seu tempo para não dar ouvidos àqueles profetas que anunciavam “paz”, ao invés de proclamarem o juízo iminente de Deus sobre a nação de Judá e levá-la a uma mudança de comportamento (Jr 23.17-20). A conseqüência? Jerusalém foi devastada e completamente destruída pelos babilônios em 586 a.C.

4.      CONFIANÇA

  • Provérbios 11.13
Quem muito fala trai a confidência,
Mas quem merece confiança guarda o segredo

Este texto nos adverte sobre a medida de nossas conversas. Quando pessoas abrem seus corações sobre dificuldades pessoais, pedem ajuda e conselhos, esperam que sejamos amigos que guardem esses segredos em lugar de sairmos compartilhando com os outros a última novidade. É claro que há situações em que o âmbito de certas ações requer o pedido de perdão público, mas, via de regra, demonstramos ser amigos de confiança quando evitamos expor outros de um modo desnecessário.

·         Provérbios 25.9

Procure resolver sua causa diretamente com o seu próximo,
Não revele o segredo de outra pessoa

Jesus fez um apontamento parecido: “Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou o seu irmão” (Mt 18.15). Questões entre duas pessoas, devem ser resolvidas entre ambas e não envolverem outros no meio, a não ser que haja uma insistência de permanecer no erro por parte de uma delas. O provérbio, também, nos adverte sobre o cuidado de não colocar questões pessoais diante de outros, a fim de limpar o nosso nome. Sempre é melhor quando tratamos nossas diferenças de forma direta do que quando envolvemos outras pessoas com o propósito de ganhar uma discussão. Isso trai a amizade e destrói a confiança.



[1] HUBBARD, David. Proverbs. Mastering the Old Testament Series. Dallas: Word, 1989. p. 50. Este autor discorda apenas do termo "determinado" usado por Hubbard. Ninguém é determinado por seu contexto, mas certamente, influenciado por ele.
[2] Os pontos do esboço são oferecidos por MERKH, David J. Provérbios. 3 ed. Atibaia: SBPV, 2001.
[3] HUBBARD, p. 424.
[4] Idem. p. 265.
[5] LONGMAN III, Tremper. “Proverbs”. In: New Living Translation Study Bible. Carol Stream: Tyndale.  p. 1062. 

sábado, 21 de maio de 2011

II TROCANDO IDÉIAS E DEBATENDO ASSUNTOS

O DEUS DA BÍBLIA E SUAS VÁRIAS FACES NA IGREJA CONTEMPORÂNEA

4 DE JUNHO - PIB LAUZANE PAULISTA

quinta-feira, 5 de maio de 2011

SOLTEIROS PARA A GLÓRIA DE DEUS - Parte 2

Parte 2
Tiago Abdalla T. Neto



DEVOÇÃO SEM DIVISÃO[1]
"Gostaria de vê-los livres de preocupações. O homem que não é casado preocupa-se com as coisas do Senhor, em como agradar ao Senhor. Mas o homem casado preocupa-se com as coisas deste mundo, em como agradar sua mulher, e está dividido. Tanto a mulher não casada como a virgem preocupam-se com as coisas do Senhor, para serem santas no corpo e no espírito. Mas a casada preocupa-se com as coisas deste mundo, em como agradar seu marido. Estou dizendo isso para o próprio bem de vocês; não para lhes impor restrições, mas para que vocês possam viver de maneira correta, em plena consagração ao Senhor." (1 Co 7:32-35)

No estudo passado, vimos que a vida de solteiro é uma condição tão honrosa e importante quanto a vida de casado. Não existe condição superior ou inferior, o celibatário não é mais santo do que o casado, nem o casado mais feliz do que o celibatário. Ambos são estados civis possíveis para o crente servir ao Senhor, de formas distintas.

Também, observamos que a vida de solteiro pode ser grandemente desperdiçada quando colocamos o nosso foco em coisas desta vida, como carreira acadêmica, vida profissional, viagens e momentos mal usados na internet ou televisão. Como utilizar bem a nossa fase de solteiro e potencializá-la, ao máximo, para a glória de Deus? O texto de 1 Coríntios 7.32-35 nos fornece conselhos importantíssimos.

Livre das “preocupações” presentes no casamento e família, você tem a oportunidade de se dedicar às coisas do Senhor e buscar um devoção indivisível a Ele. Você possui “um chamado e responsabilidade únicos”, insiste John Piper:

Isto não é um chamado para estender uma adolescência irresponsável até os seus 30 anos. Mas, é um chamado para fazer aquilo que apenas homens e mulheres solteiros, em Cristo, podem fazer neste mundo, isto é, demonstrar por uma devoção que exalta a Cristo em sua vida de solteiro as verdades acerca de Cristo e Seu reino que brilham mais claramente por meio do celibato do que mediante o casamento.[2]

Uma devoção indivisível se cultiva mediante a leitura da Palavra de Deus e oração (Sl 86.11) e isso acompanha a promessa: “O mundo e os seus desejos passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (Jo 2.17). Juntamente com nosso tempo devocional pessoal, está a nossa devoção a Deus no aspecto comunitário, em que como crentes em Cristo crescemos, junto com nossa comunidade local, no processo de nos tornarmos mais semelhantes a Cristo (Ef 4.12-13, 16). É no ambiente da igreja que somos motivados ao amor e às boas obras (Hb 10.24-25) e por meio do andar com outros irmãos, Deus confronta nossos erros e quebranta o nosso coração (Hb 3.12-13). A pessoa solitária, geralmente, está voltada para os seus próprios interesses e rejeita a sabedoria prática da vida com Deus (Pv 18.1).

COMO A DEVOÇÃO SEM DIVISÃO FUNCIONA?

De forma prática como a devoção sem divisões dos solteiros se concretiza, evidenciando uma preocupação com “as coisas do Senhor”? Thomas Constable lamenta que “infelizmente, muitos solteiros que teriam mais tempo para devotar ao serviço do Senhor, escolheram viver para si mesmos”.[3] Paulo diz que gostaria que os solteiros fossem como ele (1 Co 7.7) e isso, com certeza, implicava em viver a vida de solteiro numa dedicação maior ao serviço do Senhor. Podemos ver isso no capítulo 9, quando ele diz que abriu mão de ter consigo uma esposa como de muitos outros direitos que possuía, a fim de não colocar obstáculo algum ao seu ministério de propagar o evangelho e se tornar, assim, “escravos de todos para ganhar o maior número possível de pessoas” (1 Co 9.5, 12, 17-18, 19).

John Piper cita exemplos de pessoas que compreenderam esta oportunidade que a vida de solteiro proporciona. “Isto parece resultar, mais freqüentemente, em uma estimada liberdade para uma agenda mais flexível e a possibilidade maior de assumir riscos”.[4] Como mostra o exemplo de um missionário:[5]

A primeira vantagem é que [esta condição] é melhor adaptável a situações perigosas ... Ao experimentar uma vida dura em meio a tribos primitivas, em áreas infestadas por guerrilhas, ou por doença e fome, um homem solteiro tem apenas a si mesmo para se preocupar ... Participar da obra de Deus é algo momentâneo. Vantagens e oportunidades vão e vem muito rapidamente.  O estilo de vida solteiro capacita uma pessoa a utilizar a maior parte do tempo que Deus dá para o Seu serviço. Uma dos meus maiores prazeres é que não preciso encaixar meu ministério em volta plano familiar. eu não preciso estar em casa num certo horário toda noite. Meu horário é o horário dos Filipinos. (Trevor Douglas).

Vivermos como solteiros implica numa nobre condição, assim como o próprio Jesus e o apóstolo Paulo viveram em prol do reino de Deus. Portanto, nossas vidas devem ser vidas profundamente envolvidas com a igreja local, apaixonadamente missionárias e zelosamente conhecedoras das Escrituras:

  • Profundamente envolvido com a igreja local – invista tempo em áreas que você pode servir aos seus irmãos em Cristo. Lembre-se: o Corpo de Cristo só é edificado quando todos os membros se envolvem com seu serviço e papel dentro da igreja (Ef 4.12-13). Quais são seus dons, em que áreas você se sente mais inclinado a servir, como você pode servir em áreas que são comuns a todos (ex.: limpeza da igreja, projetos sociais, evangelismo, discipulado)? Você tem abdicado de envolvimento com sua igreja local por excesso de trabalho ou por má administração de seu tempo? Quanto tempo você gasta em Orkut, TV, MSN  ou blogs semanais e quanto você investe servindo a Deus em sua igreja local? O trabalho tem se tornado mais importante do que o seu serviço na igreja? Você tem cultivado o foco certo de sua vida de solteiro? Quais adolescentes ou jovens recém-convertidos nos quais você investiu, pelo menos um ano, discipulando?
  • Missionariamente apaixonado – aproveite as oportunidades em seus ambientes de estudo e trabalho para compartilhar do evangelho com pessoas com as quais você se relaciona (Mt 28.18; 1 Co 9.5, 17-18). Nas horas de almoço, em conversas rotineiras, em momentos com sua família, pregue o evangelho. O que ocupa mais a sua mente: os títulos acadêmicos que você quer alcançar ou as pessoas que estudam ao seu lado? O que é mais importante, o elogio das pessoas por seu desempenho e promoção no serviço ou as almas dos pecadores, ao seu redor, que estão indo para o inferno sem conhecer a Cristo? Andar de acordo com a moda ou ter um testemunho poderoso sobre a beleza da mulher cristã? Ser aceito na rodinha de amigos ou mostrar a firmeza de seu compromisso com Cristo?
  • Zelosamente conhecedor das Escrituras – separe tempo para estudar a Bíblia com mais profundidade e ler livros cristãos. Não são apenas os pastores, líderes, missionários e interessados pelos estudos bíblicos que devem se aprofundar no conhecimento das Escrituras, mas todos os crentes em Cristo, especialmente aqueles que dispõem de um tempo maior para isso, sem preocupações com filhos, esposa e “contas para pagar”. Um aprofundamento maior no estudo das Escrituras, certamente, nos qualificará ainda mais para o serviço a Deus. Quantos livros cristãos você leu neste ano? Qual livro da Bíblia você estudou com afinco nos últimos meses? Existe algum tema que você pesquisou com profundidade para entender, pessoalmente, o que Deus pensa sobre isso? Você acompanha algum blog ou site que tratam sobre a teologia ou vida cristãs?


[1] Boa parte deste primeiro tópico foi adaptado de WHITACRE, Nicole. “Undivided Devotion”. In: Best deals of the season for single women. Disponível em www.girltalkhome.com.
[2] PIPER, John. “Single in Christ: a name better than sons and daughters”. Disponível em www.desiringgod.org. Acessado em Outubro de 2010.
[3] CONSTABLE, Thomas. Notes on 1 Corinthians. Disponível em www.soncilight.com. p. 81.
[4] PIPER, John. “Foreword”. In: PIPER, John, GRUDEM, Wayne. Recovering biblical manhood and womanhood: a response to evangelical feminism. Wheaton, IL: Crossway, 2006. p. 15.
[5] Id. Ibid.

SOLTEIROS PARA A GLÓRIA DE DEUS

Parte 1


INTRODUÇÃO

"Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus." (Ef 5:15-16)

Se você é um homem ou uma mulher solteiro, como você pode fazer o melhor uso do seu tempo? Quais são as melhores coisas da sua fase?

Talvez, você olhe à sua volta e não veja grandes coisas. Quem sabe preferiria estar em uma fase diferente. 

Talvez você preferiria estar casado(a) ou, pelo menos, namorando. Você pode estar fazendo outra pergunta: Será que a fase de solteir(o)a é a melhor fase? Qual a vantagem de viver esta época de minha vida?[1]

Esta nova série dos nossos estudos de jovens tem como foco principal desenvolver em nós uma perspectiva acertada do que significa ser solteiros que crescem à imagem de Cristo e para a glória de Deus.

John Piper, em uma de suas mensagens, destaca que aqueles que permanecem solteiros em Cristo, recebem bênçãos prometidas da parte de Deus melhores do que as bênçãos de casamento e filhos. Ao mesmo tempo, recebem o chamado para manifestar, mediante uma devoção que exalta Cristo em sua vida de solteiro, as verdades acerca de Cristo e seu reino que brilham mais claramente por meio do “celibato” do que pelo casamento ou criação de filhos. Tais verdades são:[2]

  • A família de Deus não cresce por meio do intercurso sexual, mas pela regeneração mediante a fé em Cristo;
  • Os relacionamentos em Cristo são mais permanentes e mais preciosos do que os relacionamentos em família;
  • O casamento é temporário e, finalmente, dá espaço para o relacionamento ao qual ele estava apontando todo o tempo: Cristo e a igreja – quando não mais será necessário o retrato e veremos a Cristo, face a face.
  • A fidelidade a Cristo define o valor da nossa vida. Todos os demais relacionamentos ganham o seu significado final a partir dele. Nenhum relacionamento familiar é final; o relacionamento com Cristo é.
UM “PONTAPÉ INICIAL” PARA REFLEXÃO[3]

Paulo lida com as questões sobre o estado civil dos crentes em 1 Coríntios 7, quando responde aos membros da igreja em Corinto, que discutiam se ser solteiro era mais santo do que ser casado.

Eu? Eu prefiro ser solteiro, diz Paulo, "Quero que todos os homens sejam tais como também eu sou;" (v.7). Mas ele é claro: “no entanto, cada um tem de Deus o seu próprio dom; um, na verdade, de um modo; outro, de outro”. O apóstolo continua discutindo este tema nos versos 29-35.

Qual é o foco de Paulo? Se ser casado ou solteiro é melhor? Esta não é a questão! O que é importante, no final das contas, é que o tempo é curto; os dias são maus. A verdadeira pergunta é: como nós, cristãos, vivemos à luz da eternidade?

"Ser casado ou solteiro, ambos nos trazem experiências únicas e oportunidades únicas para nossa santificação" - explica John Piper - "Haverá recompensas exclusivas para cada situação e qual é maior não dependerá se você era casado ou solteiro, mas em como você reagiu a cada situação."[4]

Se você é solteiro, você enfrenta situações únicas. Mas sua situação também possui oportunidades únicas. E o melhor de tudo, há recompensas sem igual, recompensas não menos gloriosas ou desejáveis do que aquelas dos casados.

Como você pode apropriar-se destas grandes oportunidades e suas recompensas correspondentes? Vamos dar uma olhada mais cuidadosa nestes versículos e ver que boas oportunidades nós podemos descobrir.
Os versículos que já consideramos de 1 Coríntios 7, servem como um tipo de guia prático para a época de solteiros. Esta passagem informa sobre negócios de qualidade e desaconselha investimentos ruins. No contexto de responder esta pergunta sobre ser solteiro ou casado, Paulo chega na real questão que são os versos 29-31.

Como você evita desperdiçar seu tempo? Não invista tudo na "aparência deste mundo". Porque não vai durar. "Aparência" aqui tem a idéia de "inconstância ou moda passageira”. "Não há nada sólido e duradouro no sistema deste mundo. É da sua natureza ser passageiro." (Gordon Fee).

“Acredite em mim, não há nada aqui que mereça ser perseguido”, adverte o pastor Charles Spurgeon: “Se você renuncia sua alma por qualquer coisa terrena, seja riqueza, ou honras ou prazeres deste mundo, você bem poderia perseguir a miragem do deserto ou tentar pegar a névoa da manhã ou acumular para si as nuvens do céu, pois todas estas coisas estão desfalecendo”.

Embora tenhamos que viver neste mundo e "lidar" com ele, nós não devemos colocar nele o nosso coração ou a nossa esperança ou abrir mão da nossa alma por causa do que ele oferece.

Pense, de formas práticas, como, enquanto, solteiros podemos colocar os nossos corações em coisas desta vida e, negligenciarmos o nosso serviço a Deus. Quais são os seus projetos principais, hoje? O que o motiva a colocá-los como centrais em sua vida? Como você gasta o seu tempo? O que você faz em suas horas de lazer? Na vida de quantas pessoas você investiu neste último ano, em termos de discipulado e evangelismo? O seu tempo de estudos e trabalho é mais importante que seu serviço em sua igreja local? Você é mais engajado que os casados no serviço de sua igreja?





[1] WHITACRE, Nicole. “Melhores oportunidades da fase da fase – para mulheres solteiras: parte 1”. Disponível em www.bomcaminho.com. Acessado em Outubro de 2010.
[2] PIPER, John. “Single in Christ: a name better than sons and daughters”. Disponível em www.desiringgod.org. Acessado em Outubro de 2010.
[3] A maior parte deste tópico foi adaptado de WHITACRE, Nicole. “Melhores oportunidades da fase da fase – para mulheres solteiras: parte 1”. Disponível em www.bomcaminho.com. Acessado em Outubro de 2010.
[4] PIPER, John. “Single in Christ: a name better than sons and daughters”. Disponível em www.desiringgod.org. Acessado em Outubro de 2010.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A MISSÃO DA IGREJA COMO MISSIO DEI

A missão da Igreja pode ser definida como a expressão da ação de Deus em prol do mundo. Desde a queda humana, Deus se mostra interessado em restaurar a comunhão entre Ele e a humanidade, destruída pelo pecado. Quando o homem foge e se esconde de Deus pelo seu pecado, Ele vai na direção do homem e o chama (Gn 3.8, 9). Deus pronuncia palavras de juízo, ao homem e à mulher (Gn 3.16-20), porém, antes do juízo, Deus promete a esperança de salvação por meio do descendente da mulher que pisaria na cabeça da serpente (Gn 3.15). Ainda que o juízo de Deus sobre o pecado e rebeldia humanos seja justo e necessário, sua preocupação primordial é lhes oferecer a oportunidade de salvação da miséria e desgraça que o pecado lhes trouxe, por isso, começa o discurso com a salvação e, então, fala da condenação.
Deus se encontra, constantemente, em missão. Antes da própria queda da humanidade, Deus já tinha a redenção como parte de Seu plano maior de promover a Sua glória. Jesus é chamado de “o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8). Ele, como o Cordeiro puro que derrama seu sangue em favor dos pecadores, estava no propósito de Deus já “antes da fundação do mundo” (1 Pe 1.19-20). Assim, a missão é fruto do Deus que ama as suas criaturas e deseja redimi-las de sua escravidão do pecado e da separação dEle mesmo (Jo 3.16-17; Ef 2.14-18).
Deus é tanto o que envia quanto aquEle que é enviado. Em João, há o relato do Pai enviando o Filho com o propósito de salvar os homens: “Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele” (Jo 3.17).  Ainda, “Pois desci dos céus, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no último dia ... Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6.38-39, 44). O Deus Triúno se engaja em missões. É, também, o Evangelho de João que lembra que o Pai concede o Espírito Santo ao Filho, a fim de que este O envie aos discípulos: “Quando vier o Conselheiro, que eu enviarei a vocês da parte do Pai, o Espírito da verdade que provém do Pai, ele testemunhará a meu respeito” (Jo 15.26; cf. At 2.33).
Deste modo, missões não é um empreendimento humano realizado pela força humana. Missões é o transbordar da ação de Deus na vida da igreja. A igreja é chamada a fazer missões como extensão da missão de Deus. Assim como o Pai enviou o Filho ao mundo, nós somos enviados pelo Filho, no poder do Espírito (Jo 17.18; 20.21-22). O Espírito Santo é aquEle que capacita a igreja no seu testemunho de Cristo ao mundo (At 1.8).
Ao salvar os homens por meio da missão, o foco de Deus não é a salvação humana em si. A missão não é uma finalidade em si mesma. Seu propósito é a glória de Deus. O Deus triúno se envolve com missões e salva os homens, a fim de ser glorificado. Ao completar a obra de salvação, pela qual fora enviado, Jesus buscava a glória do Pai que o enviou (Jo 17.4). O Espírito Santo, ao ser enviado pelo Filho como testemunha por meio da igreja da salvação de Deus, busca, também, a glória do Filho (Jo 16.13-15; 20.21-22). O Pai glorifica o Filho, a fim de que o Espírito seja enviado e a obra de missões continue mediante a comunidade dos discípulos (Jo 7.39; 17.1-5).
Romanos 9.23-24 descreve Deus escolhendo indivíduos para serem salvos, com o propósito de glorificar o nome dEle. Deus não salva porque sente necessidade ou porque o homem tem algum mérito em si, mas para evidenciar a sua gloriosa graça. Tal fato é fortemente ressaltado em Efésios 1.3-14, no qual o Deus Triúno, em todo o processo que abrange a salvação do crente, elege, adota, perdoa, revela o evangelho, sela com o Espírito e glorifica, para o louvor de Sua glória. Esse é um refrão repetido três vezes no texto (Ef 1.6, 12, 14).
Assim, a igreja cumpre o seu mandato missionário, ao buscar a glória de Deus, acima de tudo. Tal zelo pela glória do Senhor do Universo impulsiona a comunidade de fé a levar o Senhorio de Cristo a todas as nações (Mt 28.18-20). O trabalho missionário será contínuo até “o fim dos tempos” (Mt 28.20), quando, então, todas as nações serão iluminadas pela glória de Deus e do Cordeiro (Ap 21.22-27).


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE E A PROPOSTA DE SATANÁS


Então o Diabo o levou à cidade santa, colocou-o na parte mais alta do templo e lhe disse: “Se és o Filho de Deus, joga-te daqui para baixo. Pois está escrito:

“ ‘Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito, e com as mãos eles o segurarão,
para que você não tropece em alguma pedra’”.
Jesus lhe respondeu: “Também está escrito: ‘Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus’”.
(Mateus 4.5-7)


                   Satanás havia tentado Jesus com uma proposta que acabou frustrada. Agora, apela para outra forma. Ele conduz Jesus ao pináculo do templo, o lugar considerado como a habitação de Deus e onde Sua presença gloriosa era manifesta. Ali, ele o desafia a provar do cuidado paternal divino, lançando-se para baixo. O argumento satânico se encontra no Salmo 91.11-12, em que Deus promete guardar o fiel  em seu caminho. E se ele faz tal promessa ao fiel comum, quanto mais àquele que é chamado de Filho de Deus.
Jesus detectou um perigo por trás desta proposta. Lançar-se de cima do templo era um modo de manipular Deus, testando o quão real era o Seu cuidado por ele. Isto implicava em desafiar a fidelidade de Deus de maneira indevida.
Por isso, nosso Senhor, cita as Escrituras, mostrando que um texto não pode ser usado de forma isolada: “Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor, teu Deus’” (Dt 6.16). Ele cita este texto do Deuteronômio que fazia referência a um evento no qual o povo de Israel colocara em cheque a fidelidade de Deus para suprir a água de que precisavam quando andavam pelo deserto (cf. Êx 17.2). Exigir que Deus cuidasse de si quando se lançasse templo abaixo era forçar Deus a usar Seu poder cuidadoso de uma forma milagrosa que Ele mesmo não prometera. Não era Jesus quem diria ao Pai quando este demonstraria o Seu cuidado, mas sim, o próprio Pai em situações que Ele mesmo traçasse dentro da missão do Filho.
“Ao repelir também essa tentação, Jesus declara que as medidas milagrosas de ajuda que lhe foram prometidas pelo Pai apenas serão utilizadas para socorrê-lo naquelas situações a que o Pai o conduzir e das quais ele novamente quiser salvá-lo” (Fritz Rienecker).

Jesus nos mostra que a Escritura, corretamente interpretada, nos conduz a uma submissão confiante ao Pai, não à exigência sobre quando Ele deve manifestar o Seu poder em nosso favor. Satanás usara o texto inapropriadamente, Jesus demonstrou que a Escritura deve ser interpretada com a própria Escritura e nunca se contradizer.

Você se sente frustrado quando Deus não realiza uma expectativa sua? Ou faz exigências a Deus de que ele dê a você o que quer, já que é o Seu Pai? Não somos nós que determinamos quando Deus deve agir em nosso favor, mas confiar de que Ele há de cuidar de nós de forma poderosa conforme a boa vontade dEle. Pensar a vida a partir da Palavra de Deus nos humilha e nos concede uma visão adequada da Soberania de Deus. Não sou eu quem diz quando Deus deve curar uma pessoa, quando ele deve conceder o marido ou a esposa a uma amiga ou um amigo, ou o quanto de dinheiro que deve conceder a alguém.

A teologia da prosperidade nada mais é do que esta segunda proposta de Satanás disfarçada de evangelho. A pregação desta teologia é a voz de Satanás que isola textos das Escrituras conforme lhe apraz e exige de Deus o momento e o milagre que Ele tem a obrigação de realizar. Lança mão de textos do Antigo Testamento, que tinham um sentido específico para a nação de Israel na Terra Prometida, e os aplica à Igreja de Cristo nos dias de hoje. É uma teologia míope que desconhece passagens claras do Novo Testamento que nos ensinam a nos contentarmos com qualquer condição dada por Deus, confiando em Seu cuidado por nós (Fp 4.11-13).

O melhor antídoto para não sermos levados por estes ventos de doutrina é seguirmos a verdade de Deus em amor (Ef 4.14-15). Jesus usou as Escrituras corretamente, e nós, também, devemos cultivar uma visão ampla da Bíblia, a fim de não sermos enganados por idéias que transformam Deus em gênio da lâmpada mágica que concede os desejos de nosso coração, no nosso momento. A Escritura não se contradiz, mas se complementa. Há um progresso na revelação e um modo específico de Deus tratar Seu povo conforme cada época da história da redenção.

Cuidado com a voz de Satanás que ecoa por bispos e a apóstolos da televisão. Alimente-se das Escrituras constantemente, lembre-se que Jesus não usou de sua filiação divina para testar a fidelidade de Deus, mas se submeteu à vontade do Pai. Você se sente tentado a exigir de Deus o namorado que até agora não apareceu? Questiona a fidelidade de Deus porque não o curou da doença terrível que enfrenta? Quem sabe, você duvida da bondade de Deus por deixá-lo desempregado por tanto tempo? Alimente-se com a Palavra de Deus diariamente, regue o jardim do seu coração com as Escrituras e deixe que elas permeiem seu coração. Lembre-se: “Bom é o Senhor para os que esperam nEle ... bom é aguardar a Sua salvação” (Lm 3.25, 26).

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

AMIGO DO LIVRO - 4a. Edição



Ontem, realizamos a nossa 4a. edição do Amigo do Livro na IBNE (Igreja Batista Nova Esperança). Desde 2007, decidimos fazer um "amigo secreto" que desse ênfase ao crescimento espiritual de cada irmão durante o ano e no qual pudéssemos compartilhar o nosso aprendizado uns com os outros. Foi aí que surgiu o "Amigo do Livro".

Quando a igreja se reúne, antes de cada um revelar o nome do "amigo", compartilha aquilo que aprendeu com o livro que ganhou no ano anterior. É muito edificante ouvir e ver o que Deus nos ensinou por meio da leitura e as lições preciosas ali extraídas.

Neste ano, ressaltei duas razões básicas que fundamentam e permeiam este momento. Em Colossenses 3.16, encontramos a ordem de sermos responsáveis por fazer a Palavra de Deus habitar ricamente em nosso meio. Presenteamos livros cristãos uns aos outros porque cremos que Deus usa a exposição das Escrituras neles, a fim de nos ensinar e fazer Sua Palavra habitar em nós. Escritores piedosos são ótimos companheiros de peregrinação cristã, com quem podemos aprender bastante sobre o Evangelho e suas verdades.

No verso seguinte (Cl 3.17), Paulo lembra que tudo o que fizermos em palavra ou em ação, devemos fazer em nome do Senhor Jesus, dando graças a Deus Pai. Isso se aplica na leitura de livros. Não queremos simplesmente aumentar conhecimento ou dizer que lemos tantos livros em 2011, mas sim, em gratidão ao Pai e para a glória de Cristo desfrutarmos e cultivarmos da leitura rica e profunda que Ele nos concede. Ter fácil acesso a bons livros é um privilégio que nem todos os cristãos do mundo desfrutam, seja por viverem em países onde a fé cristã é perseguida, ou por terem poucas editoras cristãs ou pelo valor inacessível.

Geralmente, eu envio um e-mail com os livros de bom conteúdo e o pessoal escolhe o livro que gostaria de ganhar dentro desta lista (cerca de uns 50 livros). Os temas vão desde vida cristã e ficção até apologética e história da igreja. Os autores mais presenteados costumam ser John Piper, John MacArthur, A. W. Tozer, C. S. Lewis, entre outros.

Já ganhei bons livros nesta "brincadeira". Este ano fui presenteado com "Vivendo para a glória de Deus" do Joel Beeke.

Minha oração é que Deus use os livros recebidos por cada irmão da IBNE para aumentar o desejo por Ele e gerar vidas engajadas no serviço do Mestre. 


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