segunda-feira, 9 de novembro de 2009

REPENSANDO A ADOÇÃO BIBLICAMENTE

INTRODUÇÃO AO TEMA

Ultimamente, por algumas razões, tenho pensado bastante sobre a questão da adoção de filhos. Especialmente, refletindo sobre o conceito popular de que “filho adotivo” é sinônimo de “filho problemático”. Geralmente, o argumento que ouço é o da experiência; e, para isso, citam-se diversos exemplos de filhos adotivos que deram problemas para os seus pais e se desviaram do evangelho.

Quando escuto esse tipo de discussão não consigo ser facilmente convencido por tal filosofia popular. Primeiramente, porque como cristão-protestante, creio que as Escrituras devem nortear todas as áreas de nossas vidas, inclusive a decisão sobre adotar uma criança. Em segundo lugar, pela falácia de tal argumento. Quantos filhos naturais não dão problemas aos seus pais? Além disso, o que seria melhor, deixar uma criança entregue à própria sorte, num orfanato, debaixo da influência de ímpios, sem uma estrutura familiar, ou arregaçar as mangas, ajudar e expressar de forma concreta o amor do próprio Deus ao órfão? “Pai dos órfãos e juiz das viúvas é Deus em sua santa morada” (Sl 68.5).

Por fim, percebo da parte de pais que adotam, uma atitude piedosa, a expressão da verdadeira religião descrita por Tiago: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.” “Visitar” aqui não é, simplesmente, ir a um orfanato, uma vez por mês com a igreja, mas ir de encontro às necessidades (“tribulações”) dos órfãos, em todos os aspectos, inclusive a paternidade e maternidade. Foi esta mesma disposição piedosa que vi em meus pais quando adotaram minhas duas irmãs há 20 e 15 anos atrás e, também, por parte de John Piper quando adotou sua filha Talitha:

“No dia 15 de Dezembro [1995], John, Noël, Abraham e Barnabas deram as boas-vindas à Talitha Ruth de dois meses de idade. Ela veio aos braços de seu pai com um imenso sorriso...

... Nós agradecemos a Deus, do fundo de nosso coração, por vocês, nossos amigos. Talitha é abençoada por ser bem-vinda não apenas por nossa família física, mas também, por nossa família de irmãos e irmãs crentes. Vocês já têm derramado tal amor, esperança e alegria sobre nós.

Nossa mais profunda oração pela Talitha é que, num dia, ela esteja diante do trono de Deus, entre os santos – entre todos vocês – por ser ela adotada uma segunda vez, por Deus.”[1]

Diante disso, compartilharei em forma de artigos, trechos de um capítulo escrito pela Dra. Carol Amy, no livro “Mulheres ajudando mulheres”, editado por duas conselheiras bíblicas, Carol Cornish e Elyse Fitzpatrick. A abordagem bíblica da Dra. Amy é perspicaz e profunda, sendo impossível lê-la sem uma reflexão séria. As duas editoras do livro são conselheiras bíblicas sérias e destaco, especialmente, a Elyse Fitzpatrick que ganhou minha admiração e respeito por sua confiança e defesa da suficiência das Escrituras.

Aguardem o próximo post e a primeira parte dos artigos de Carol Amy.

5 comentários:

Rebeca Esther Sousa disse...

Como cristãos (especialmente no contexto brasileiro) não podemos ignorar a necessidade de se repensar algumas questões como missões, justiça social (que, acredito, inclui a adoção) e meio ambiente sob a luz da palavra do nosso Triuno Deus. Obrigada por iniciar essa reflexão sobre a adoção em seu blog!

Tiago Abdalla disse...

Oi, Rebeca,

Você tem razão. Não podemos fazer teologia dentro de uma torre de marfim, movido por especulações estéreis. Nossa reflexão cristã precisa ser missional, também.

Legal ter sua visita no blog.

Deus a abençoe!

Marta disse...

Olá Tiago! Conheci seu blog hoje. Tbem estudei no SBPV. Gostei muito dos assuntos abordados em seu blog. Sendo vc pastor, vou sugerir que vc conheça um blog que sigo. A Serena é muito boa com crianças e seu trabalho é incrível. Até mais vezes.
http://mountupwithwingsaseagles.blogspot.com/

Tiago Abdalla disse...

Marta,

agradeço a visita ao blog e fico feliz que ele tenha sido útil.
Eu dei uma olhada no blog que vc indicou, ele parece funcionar mais como um diário da autora, isso mesmo?

Abs.

Marta disse...

A narrativa dela é bem parecida a um diário e tbem envolve a vida pessoal. Mas ela tem atividades ligadas as crianças, há muitas idéias para acampamento, escola dominical etc.São idéias dinâmicas e gostosas. Sugestão para EBD e acampamentos.

Até+

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