O REINO DE DEUS NA TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO
O reino de Deus é um conceito amplamente proclamado e desenvolvido no Novo Testamento. Os Evangelhos Sinópticos constituem a parte neotestamentária que mais se concentra neste tema. Mateus sintetiza a pregação de Cristo como o kerigma acerca das boas novas do Reino (Mt 4.23). Marcos, também, narra a pregação do evangelho da vinda do reino de Deus como parte integrante do ministério de Jesus, sendo o fundamento da exortação ao povo ao arrependimento e à fé nas boas novas da parte de Deus (Mc 1.14, 15).
O fato de Marcos indicar na proclamação de Jesus a relação entre o cumprimento do tempo e a aproximação do reino de Deus revela que a vinda do governo de YHWH sobre os homens é o cumprimento da esperança escatológica vétero-testamentária de tal acontecimento, dando continuidade à história da salvação (Mc 1.14, 15; cf. Mt 5.17-20) . Nos Salmos, Deus é reconhecido como o Rei Universal que mantém o Seu poder eternamente (Sl 103.19; 145.11, 13). Isaías, profeticamente, falou de um mensageiro que traria as boas novas da chegada do reinado efetivo de Deus, a fim de salvar o Seu povo (Is 40.9ss; 52.7ss).
Portanto, o reino de Deus pregado por Cristo é a mensagem do evento escatológico no qual Deus passou a restaurar a humanidade, mediante a Pessoa e Obra de Jesus (Mt 11.25-27), trazendo-a, novamente, para debaixo de Sua soberania (Mt 5.21, 48), de fato, não apenas de direito. Os homens e as mulheres, então, experimentam o governo de Deus em suas vidas, ao se arrependerem do viver independente do Criador e crerem na reconciliação com Ele por meio de Jesus (Mc 1.14, 15; cf. At 2.38-40; 1 Ts 1.9-10).
A presença do Reino na Pessoa de Cristo é declarada em dois incidentes. Num confronto de Jesus com os fariseus a respeito do exorcismo de demônios, em que o poder de Cristo sobre os espíritos imundos indicava a presença escatológica do Reino (Mt 12.28). E em outro confronto entre ambos, quando Jesus declara a natureza misteriosa do reino de Deus que já estava presente entre os homens e as mulheres (Lucas 17.20, 21).
Cabe, por fim, destacar neste trabalho que ainda que o reino já fora inaugurado com o ministério de Cristo, não fora cumprido de modo pleno, aguardando um momento futuro para isto. Pois, a luz da Nova Era que já começara a raiar, ainda espera seu ápice quando Cristo virá para julgar a humanidade (2 Tm 4.1), todos os seus inimigos serão colocados debaixo de Seu poder e os filhos do reino desfrutarão da vida eterna na Era vindoura (Mt 10.17-31; Rm 13.11-14; 1 Co 15.24-28; Ef 1.9, 10). A oração do crente é pela concretização final do Reino (Mt 6.10).
Um comentário:
Lewis Sperry Chafer
Uma coleção completa que expõe com precisão a teologia cristã. Apresenta um estudo alicerçado nas Escrituras Sagradas por meio de uma metodologia de pesquisa transparente e lúcida. Oferece ao leitor uma obra bem documentada e com recursos úteis à pesquisa e ao estudo doutrinário. Conteúdo: Tomo 1: (v.1) Prolegômenos,Bibliologia,Teontologia; (v.2) Angelologia, Antropologia; Tomo 2: (v.3) Soteriologia, Eclesiologia; (v.4) Escatologia; Tomo 3: (v.5) Cristologia; (v.6) Pneumatologia; Tomo 4: (v.7) Sumário Doutrinário; (v.8) Índices Biográficos
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