quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A PATERNIDADE HUMANA E A PATERNIDADE DE DEUS
Salmo 103.13-18
John Piper

Salmo103.13-18

13 Como um pai tem compaixão de seus filhos,
assim o SENHOR tem compaixão dos que o temem;
14 pois ele sabe do que somos formados; lembra-se de que somos pó.
15 A vida do homem é semelhante à relva; ele floresce como a flor do campo,
16 que se vai quando sopra o vento e nem se sabe mais o lugar que ocupava.
17 Mas o amor leal do SENHOR, o seu amor eterno, está com os que o temem,
e a sua justiça com os filhos dos seus filhos,
18 com os que guardam a sua aliança
e se lembram de obedecer aos seus preceitos.

Hoje, na américa e em cerca de 50 outros países no mundo, nós celebramos o Dia dos Pais. Então, eu quero dedicar esta mensagem especialmente aos pais, começando do verso 13: “Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o SENHOR tem compaixão dos que o temem; pois ele sabe do que somos formados; lembra-se de que somos pó”.

A BOA PATERNIDADE APONTA PARA DEUS

Quando esse verso diz: “Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem”, isso não significa que o Senhor aprende sobre como ser Deus, ao observar pais humanos. Não significa que Deus quer saber se Ele deveria ser compassivo e, então, percebe que bons pais são compassivos, assim, decide agir do mesmo modo, também.

Não, o que isso significa quando diz: “Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem”, é: Quando você vê um bom pai, você está vendo um retrato de Deus. Colocando isso de uma outra forma, Deus designou a paternidade humana para ser um retrato de si mesmo. Deus tinha um filho antes de criar Adão. Ele era Deus, o Pai, antes de ser Deus, o Criador. Ele sabia o que queria retratar antes de criar o retrato.

MOSTRANDO AOS NOSSOS FILHOS COMO DEUS É

O que isso significa neste dia dos Pais, a clara implicação para todos nós, que somos pais, é que fomos designados para expressar a paternidade de Deus – especialmente (não apenas) aos nossos filhos. E isso implica que todos nós aprendemos a ser pais, ao observar Deus cuidando de seus filhos. E implica, também, que os filhos, hoje, aprendem sobre a paternidade de Deus, em grande medida, ao nos observar.

PAIS SÃO COMO O PÓ

A cadeia de influência se move de Deus como o Pai infinitamente perfeito de seus filhos imperfeitos, o qual nos mostra o que a boa paternidade é, assim como podemos mostrar a outros, o que é a paternidade de Deus. Esse, irmãos, é o nosso chamado. Quando Davi diz: “Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem”, ele está dizendo: Deus criou a paternidade conforme a sua própria imagem e uma boa paternidade aponta para Deus.

Quando Davi diz no verso 14 que os pais (e o restante de nós) são como o pó (“[Deus] sabe do que somos formados; lembra-se de que somos pó”), isso o leva a refletir sobre a brevidade da vida humana, sobre a vida sem começo nem fim de Deus, e como tais fatos se relacionam com nossos filhos. Vamos ler os versos 15-18:

A vida do homem é semelhante à relva; ele floresce como a flor do campo,
que se vai quando sopra o vento e nem se sabe mais o lugar que ocupava.
Mas o amor leal do SENHOR, o seu amor eterno, está com os que o temem,
e a sua justiça com os filhos dos seus filhos,
com os que guardam a sua aliança e se lembram de obedecer aos seus preceitos.

Logo, os pais precisam perceber que eles não estarão sempre por perto e seus filhos, também, não estarão sempre por perto. O verso 17 fala dos “filhos dos seus filhos”. E a pergunta que um pai deveria fazer é: “Como os meus filhos poderão se beneficiar para sempre do amor de Deus?” “Como eles se tornarão beneficiários da justiça de Deus em lugar de serem condenados por ela?”.

Os versículos 17-18 dão três respostas a esta questão. Preste atenção enquanto leio o texto de novo: “Mas o amor leal do SENHOR, o seu amor eterno, está com os que o temem, e a sua justiça com os filhos dos seus filhos, 18 com os que guardam a sua aliança e se lembram de obedecer aos seus preceitos”. O amor leal de Deus e Sua justiça seguirão seus filhos de geração em geração se três fatos ocorrerem: 1) Se eles temerem a Deus (v. 17); 2) se eles guardarem a Sua aliança (v. 18); e 3) se eles obedecerem aos Seus mandamentos (v. 18).


GUARDANDO A ALIANÇA COM DEUS, HOJE

Vamos nos concentrar por apenas um momento, no segundo requisito: “ e a sua justiça com os filhos dos seus filhos, com os que guardam a sua aliança”. O que guardar a aliança de Deus significa, hoje? As coisas mudaram desde que o Messias veio. Na Última Ceia, Jesus ergueu o cálice representando seu próprio sangue e disse: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês” (Lc 22.20).

O que Ele quis dizer é que há agora uma nova aliança entre Deus e Seu povo. Essa requer tanto comprometimento quanto a antiga. O que a nova aliança proporciona do lado de Deus é o sangue de Cristo para cobrir os nossos pecados e o poder do Espírito para nos capacitar a andar em novidade de vida. O que a nova aliança requer de nós é que sejamos unidos a Cristo pelo novo nascimento e que recebamos a Cristo como nosso Salvador, Senhor e Tesouro de nossas vidas. Desse modo, o sangue e a justiça de Cristo são imputados sobre nós.

Assim, os versos 17 e 18 dizem que o amor de Deus e a justiça dEle abençoam nossos filhos, se eles mantêm a aliança de Deus, o que implica, hoje, que eles devem ser levados a receber a Cristo como o Salvador e Senhor supremamente precioso de suas vidas. Os outros dois requisitos que Davi menciona são o temor a Deus (v. 17) e a obediência aos seus mandamentos (v. 18).

TEMOR A DEUS

O verso 17 diz: Mas o amor leal do SENHOR, o seu amor eterno, está com os que o temem”. Eu entendo que temer a Deus significa que Deus é tão Poderoso, tão Santo, tão Temível para nós que não ousamos fugir dEle, mas apenas correr até Ele, por tudo aquilo que Ele nos promete. Então, temer a Deus não é diferente de vir ao Messias, Jesus. Esse é o caminho que nós vimos. Nos achegamos a Ele reverentemente, humildemente, sem qualquer presunção de que Deus deva qualquer coisa a nós. Nós vimos tremendo – como aprendemos da última vez, vimos quebrantados e contritos.

FÉ REAL NO REDENTOR

E o terceiro requerimento que Davi menciona para os nossos filhos experimentarem a justiça de Deus como salvadora, não condenadora, está no verso 18: “com os que ... se lembram de obedecer aos seus preceitos”. Isso significa que a fé no Redentor deve ser real. Real confiança em Cristo, real submissão à sua lei, real entesouramento de seu valor que muda as nossas vidas. Então, o requisito de obediência no verso 18 é, simplesmente, que o nosso temor de Deus, nossa confiança em Cristo seja real, efetiva, frutífera. Isto é Cristo, seu sangue e sua justiça, que nos perdoa e nos justifica. Mas, nossa obediência, nossa justiça, imperfeita como é, mostra que Deus tem nos salvado, que nossa fé é real. Somos, verdadeiramente, guardadores de aliança. Nós nos apegamos firmemente ao nosso substituto entesourado, Jesus Cristo.

Pais, sabemos que somos como o pó. Somos como a erva. Florescemos como a flor do campo. O vento sopra sobre ela e ela vai, e nem se sabe mais o lugar que ocupava (vv. 15-16). Após nós, vêm nossos filhos e os filhos deles. A pergunta que nos fazemos é: “Eles temerão a Deus, guardarão sua aliança e obedecerão aos seus mandamentos?”. Se eles o fizerem, o amor leal de Deus e a justiça dEle os abençoará para sempre.
Traduzido e Adaptado de parte do sermão PIPER, John. Bless the lord, O my soul. Junho/2008. Disponível em http://www.desiringgod.org/.

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