quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A MULTIPLICAÇÃO DO MINISTÉRIO
Marcos 3.7-20

INTRODUÇÃO

Como você lida com as situações da vida, quando as coisas não vão muito bem? Pensa, seriamente, em desistir, desaparecer, querer nunca haver existido? Que área de sua vida tem sido difícil de suportar? O que você gostaria de deixar de fazer porque não sente mais ânimo para realizar aquilo?
Como você encara o ministério para o qual Deus o tem chamado? Sente paixão e força para ministrar às pessoas que estão ao seu redor? Você tem alegria e busca com intensidade, servir o evangelho de Jesus àqueles que o cercam no dia-a-dia? E quanto aos seus irmãos em Cristo, você demonstra interesse em ajudá-los?

Às vezes, situações externas nos desanimam a dar seqüência às nossas responsabilidades da vida. E, também, nos desanimam de continuar o nosso ministério no reino de Deus. Pressões, críticas, falta de alguém que nos motive, muitas vezes, tiram a nossa perspectiva e embaçam a nossa visão para perceber o que Deus quer de nós, enquanto estamos nesta vida. Perdemos de vista a nossa missão maior, de glorificar a Deus e cumprir isso por meio de um ministério devotado a Ele e ao próximo. Mais uma vez, Jesus é o nosso modelo e Aquele que nos ajudará a lidar com as dificuldades que ameaçam o serviço a Deus. É em Marcos 3.7-20 que encontramos o alento necessário para não desistir de nosso chamado para seguirmos a Cristo.

O MINISTÉRIO QUE SE EXPANDE EM MEIO ÀS DIFICULDADES – vv. 7-12

Em Marcos 3.1-6 vemos o ambiente pesado em que terminou a conversa de Jesus com os fariseus. A autoridade do ensino de Jesus que era independente de tradições, levou esses homens a o odiarem cada vez mais e iniciarem um plano sobre como o matariam. Jesus não entra em depressão, não foge de suas responsabilidades, nem fica chorando amargamente o porquê tem sido tão injustiçado pelos líderes religiosos. É verdade que segue um roteiro mais cauteloso, agora, indo para o mar, não mais no centro das atenções dentro de uma sinagoga. Porém, não deixa de ministrar e servir, atendendo àquelas pessoas que o cercavam.

Já havia discípulos, pessoas que o seguiam, como Marcos vem deixando claro ao longo do Evangelho. Mas, também, diferencia esse grupo de aprendizes do restante da multidão que vinha da Galiléia. A fama de Jesus cresceu e, não apenas pessoas da Galiléia, mas de várias regiões da Palestina corriam até ele.

Com uma grande multidão reunida, muito grande mesmo, Jesus pede aos seus discípulos a preparação de um barco, para que ele tivesse maior mobilidade e não o esmagassem. A sede das pessoas era tão grande pelo poder de Jesus que se jogavam, buscando tocar nele e serem curados aqueles que estavam doentes. As pessoas estavam aflitas, completamente conscientes da necessidade que possuíam de Cristo. Provavelmente, não entendessem a natureza de seu ministério, mas viam e criam no seu poder para curar e na sua autoridade sobre demônios. Os demônios sabiam muito bem quem Ele era, mas não criam nele. Jesus, a fim de evitar um mau entendimento da parte do povo sobre quem Ele era, ordenava aos demônios que se calassem. Essa ordem de Jesus poderia ter dois motivos: ou iriam interpretá-lo como um grande líder político, ou relacioná-lo com os próprios demônios.

O princípio desta história é que Jesus não desistiu de seu ministério e serviço ao Senhor. Apesar da oposição, da crítica, das censuras, Ele continuou ministrando e servindo ainda mais as pessoas. Jesus era orientado pela agenda do Pai, não pela agenda dos homens. Sua motivação e força se encontravam em Deus, que o comissionou para a Sua tarefa.

Muitas vezes, iremos lidar com situações que nos pressionarão a desistir de servir ao Senhor e ser útil para Ele:

Crítica de colegas na faculdade ou trabalho que você vem compartilhando de Jesus;

Pessoas que nos perseguem porque não concordamos com a maneira errada como manejam determinadas situações ou porque não participamos daquilo que todo mundo faz;

A oposição em casa contra a sua vida com Deus e compromisso com a igreja local;

Críticas dentro da própria igreja. Pessoas que fazem questão de criticar seu trabalho na igreja e ressaltar defeitos.

Nós precisamos buscar a motivação no Senhor. Tome passos práticos nessa direção:

Ore, colocando aquela situação diante do Senhor e pedindo a Ele que o ajude a não limitar sua visão às pessoas, mas ao que Ele deseja de você.

Avalie as críticas. Veja se há algo que você pode crescer, mesmo elas sendo negativas.
Ore pela pessoa que se opõe ou o critica. Peça a Deus que o transforme e o ensine a enxergar as situações com os olhos de Deus.

Avalie se você tem sido alguém que motiva outras pessoas a servirem a Deus ou uma pessoa que, com muita facilidade, faz críticas desnecessárias e de forma errada.

O MINISTÉRIO QUE MULTIPLICA SEGUIDORES – vv. 13-15

Jesus, além de dar continuidade e expandir seu serviço a Deus, também, multiplica seguidores. Pessoas que fossem reproduzir o seu ministério, seguindo os passos do Mestre e abençoando vidas com o reino de Deus.

O versículo 13 nos informa que Jesus subira a um monte e trouxe consigo alguns de seus discípulos que, nesta altura do ministério, já era um grupo de tamanho considerável. O livro de Lucas acrescenta que Jesus passara a noite anterior, inteira, orando (Lc 6.12). Depois disso, chamou seus discípulos, pessoas que ele mesmo quis escolher e foram para junto dele no monte. Essa menção de "aqueles que ele quis", ressalta a soberania de Jesus no chamado daqueles que serão seus discípulos. Quem dá o primeiro passo é Ele, os discípulos respondem o seguindo. A multidão era imensa, mas o grupo de discípulos era limitado. Muitas pessoas iam a Jesus, para resolverem seus problemas, mas poucas, verdadeiramente, o seguiam. Ir atrás de Jesus em busca de solução de problemas, não implica, necessariamente, em ser um seguidor seu.

Desse grupo mais fechado de discípulos, Ele seleciona um grupo ainda menor. Escolhe doze, com o propósito primário de estar com Ele, para, então, servir as pessoas. Jesus requer primeiro a comunhão com Ele, antes de executarmos tarefas para Ele. É necessário passar momentos com o Mestre, para, depois, pregar e executar o ministério que ele nos designou.

O ministério apostólico dos Doze consistiria, basicamente, da reprodução do ministério de Jesus. Anunciar as boas novas, expulsar demônios e curar doentes. A expulsão de demônios e curas comprovaria a autoridade da mensagem apostólica. Assim, Jesus multiplica ministros, e multiplica seu ministério, compartilhando com aqueles homens a autoridade do Pai e a responsabilidade de pregar o reino de Deus.

A primeira aplicação desse texto é que devemos ser gratos a Deus por ter nos escolhido para sermos seus discípulos. Como Jesus disse em João 15.16: "Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis frutos ...". Precisamos ser gratos a Deus pelo dom maravilhoso da eleição que começa em Deus e se cumpre com uma resposta nas nossas vidas de obedecermos a Jesus como o nosso Senhor. Nosso destino era uma vida afastada de Cristo aqui e na eternidade, sofrendo a miséria da nossa corrupção e afastamento de Deus.

O segundo princípio é que antes de fazermos e agirmos, precisamos estar com Jesus. É necessário cultivarmos uma comunhão profunda e constante com o Senhor, a fim de experimentarmos um relacionamento de profunda lealdade e, então, servirmos a ele com a verdadeira motivação. Nosso chamado maior é adorarmos ao nosso Deus e todas as nossas demais ações são conseqüências da nossa adoração.

Nós, como igreja de Jesus, repetimos o seu modelo de discipulado quando investimos na vida de pessoas para que elas saiam da multidão preocupada com suas próprias necessidades e passem a andar com Jesus de perto e estar com Ele. Sempre lembremos de que Jesus quer das pessoas uma devoção a Ele maior do que a si mesmas.

O MINISTÉRIO QUE ULTRAPASSA AS DIFERENÇAS – vv. 16-19

Por fim, quando vemos a lista de discípulos que Jesus chamou a si, encontramos homens totalmente diferentes, com "jeitões" diferentes, histórias e filosofias de vida opostas. Encontramos Pedro, Tiago, João e André, homens simples, pescadores. Tiago e João, provavelmente, com um modo estourado de lidar com as situações da vida, como sugere o nome que receberam de Jesus (cf. Lc 9.54). Também, encontramos Bartolomeu, provavelmente um outro modo de chamar a Natanael (Jo 1.44-51), homem piedoso que estudava com devoção as Escrituras. No meio deles está Mateus, publicano, alguém que era partidário de Roma e Simão, um zelote, que fazia parte de um partido terrorista da época, cujo propósito era libertar a nação judaica do poderio romano por meio de armas.

Poderíamos falar aqui de cada um, conforme as narrativas contam, mas o mais importante é que Jesus reuniu junto de si pessoas distintas, com visões de mundo completamente diferentes, mas que foram escolhidos por Ele para serem os iniciadores da Sua comunidade de homens e mulheres redimidos, a igreja. Jesus une junto de si pessoas com histórias de vida deferentes, a fim de que convivam como um só povo, um só rebanho, debaixo do único pastor, Cristo.

Nossas diferenças nunca serão motivo para seguirmos caminhos diferentes, para seguirmos Jesus do nosso jeito. Não! Nossas diferenças fazem parte da obra maravilhosa de Cristo de inculcar o mesmo modo de pensar naqueles que, até então, eram estranhos. Nossas diferenças devem nos fazer crescer rumo Àquele que é o ser humano perfeito, Cristo. É no meio da diversidade que aprendemos a abrir mão de olharmos para o próprio umbigo e passamos a nos importar com o nosso irmão, ao lado.

Além disso, o texto nos lembra que até na comunidade dos seguidores íntimos de Jesus, existem aqueles que apenas fazem número, mas não são realmente parte dele. Sempre no meio do trigo, haverá o joio. Disfarçado, escondido, busca se passar por ovelha de Jesus, mas na verdade não é. "Judas" não precisa ser necessariamente alguém que passa pouco tempo na vida de uma igreja. Pode ser alguém que há anos pratica sua religiosidade, mas o coração está distante de Cristo. Alguém cuja ganância valoriza mais 30 moedas de prata do que Aquele que deu a sua própria vida por amor a nós.

CONCLUSÃO

No meio de tantas opções de ministério: "igreja com propósito", "evangelismo com fogo", "a igreja que você sempre quis", etc, preferimos ficar com o modelo de Jesus, não porque é mais um dentre muitos, mas porque é o modelo de ministério segundo o coração de Deus. É um modelo infalível, seguro, que podemos seguir com total confiança e desenvolvê-lo em meio às adversidades da vida.

Como discípulos de Jesus, que ultrapassemos as diferenças e multipliquemos seguidores de Cristo, não pelo nosso próprio poder, mas pela autoridade daquele que nos confiou essa tarefa (Mt 28.18-20). Que nossa adoração resulte em serviço dedicado ao Senhor!

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