terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A LUZ NO FIM DO TÚNEL
Marcos 4.25-34

INTRODUÇÃO
Você já se encontrou decepcionado diante da falha de alguém que prometeu a você algo e não cumpriu? Já se sentiu frustrado por esperar que pessoas resolvessem o seu problema, mas isso não ocorreu?

Pessoas falham, e dificilmente poderão nos garantir algo. Lembro-me de quantas vezes, no ano passado, levei o meu computador para consertar numa empresa de informática perto de casa e quantas vezes fiquei decepcionado ao voltar e ver que o computador continuava com seus problemas. Lembro-me de quantas vezes liguei e falei com o administrador do local de minha igreja para consertar uma questão simples de luz, e quantas vezes falou que viria, sem cumprir sua promessa.

Pessoas falham, ninguém pode garantir algo com absoluta certeza. O Capitão do Titanic garantia que nem Deus poderia afundar o navio e o eleito Tancredo Neves, também, dizia que nem Ele o impediria de subir a rampa do palácio do planalto. Suas afirmações categóricas mostraram-se falhas.

A DESESPERANÇA HUMANA – vv. 25-26

No texto anterior de Marcos, vimos Jesus chegando de volta na Galiléia, provavelmente, na cidade de Cafarnaum, após uma viagem de barco. A multidão se aglutinou ao redor dele (5.21), em contraste ao local de onde ele vinha, na região de Gadara, em que o povo pediu para que ele os deixasse (5.17).

Jesus estava ainda na praia (v. 21), quando um homem vem correndo em sua direção, ajoelha-se e clama por ajuda. Era o líder de uma sinagoga, cuja filha se encontrava em estado terminal (vv. 22-23). Movido por compaixão, Jesus o acompanha até a sua casa. Neste ponto da história, deparamo-nos com os versos 25-26.

A multidão apertava Jesus, como sempre. No meio dela, o texto destaca uma mulher. Alguém em condição triste. Ela sofria de sangramento do útero ou de uma menstruação atípica. Isso era o suficiente para ser considerada impura cerimonialmente (Lv 15.25-27), sendo afastada da adoração comunitária no templo e do contato próximo com as pessoas, pois qualquer que a tocasse ou sentasse e deitasse em um lugar no qual ela estivera, anteriormente, seria impuro o restante do dia. Qualquer expressão de afeto com um ente querido, era acompanhado de um peso na consciência de que aquela pessoa se tornara impura por sua causa. Ela, tal como o leproso do capítulo 1, sofria os males sociais e de adoração que acompanhavam a sua doença, há doze anos!

Não podemos ignorar, também, que qualquer distúrbio físico era suficiente para receber acusações de pecado e relacionarem tal distúrbio com o castigo divino. Além do mais, o texto nos informa que ela sofrera debaixo do tratamento de vários médicos. Havia um ditado judeu que dizia: "A porta que não se abrir para dar esmola, se abrirá para o médico". O sofrimento, possivelmente, incluía ter que se expor perante estes homens e se submeter a tratamentos duros, sem a tecnologia de que dispomos.

Somado à dificuldade do tratamento, essa senhora gastara todo o seu dinheiro e posses na busca pela cura do seu problema, mas isso foi em vão. E, em lugar de experimentar alguma melhora, ela piorava ainda mais do seu problema. O texto deixa clara a total incapacidade humana frente ao problema. A mulher por si só não conseguia sair de sua situação e vários médicos com todos os seus conhecimentos e habilidades não puderam garantir uma cura para o seu estado que somente se degradava.

Assim como essa mulher, encontramo-nos diante de muitas situações em que pessoas serão incapazes de nos ajudar e até nos decepcionarem:

Aquela pessoa que garante nos arranjar um emprego melhor, falha.

A possibilidade de bolsa que tanto queríamos, não surge.

O apoio que esperava de minha família, não acontece.

Médicos falham ao não realizar seu trabalho da forma que deveriam e trazem complicações para a nossa saúde.

Um pai, mãe ou filho pode agir de um modo que nos entristeça e desaponte.

A CONFIANÇA NO PODER INCOMPARÁVEL DE JESUS – vv. 27-29

Diante da situação triste daquela mulher, uma pessoa aparece em sua vida. Ela ouve que Jesus estava por perto e vai ao seu encontro, se infiltra em meio à multidão e, por trás dele, toca em uma de suas vestes. Por que ela toca em uma de suas vestes? Porque entendia que por trás daquela roupa existia o único médico capaz de curá-la. Creio que não precisamos supor uma superstição da parte da mulher. O tocar na roupa era uma questão circunstancial. Esse tipo de situação é comum quando uma multidão cercava a Jesus (3.10; 6.56). Era difícil chegar em Jesus com tantas pessoas ao redor dele e, ainda, ela não queria se identificar por ser uma pessoa impura, a fim de não experimentar vergonha e humilhação diante dos outros.

Portanto, com sua fé no poder sobrenatural e salvador de Jesus, aquela mulher toca no manto dele e recebe a cura (v. 35). O que médico algum fora capaz de fazer até então, o Senhor Jesus o fez imediatamente. Ela se encontra curada daquilo que a afligia, antes.

Assim como essa mulher, precisamos aprender a colocar nossa dependência exclusiva em Jesus. Enquanto nossa confiança estiver posta em pessoas, sempre estaremos à mercê da desilusão, decepção, revolta.

Só Deus é capaz de firmar nossos passos e nos ensinar em meio às situações de crise. O Senhor Jesus pode usar pessoas para nos abençoar, mas em última análise, tal bênção procede dEle, não das pessoas. É preciso entender que nos momentos em que falharem conosco, o Senhor Jesus estará ao nosso lado para nos ajudar e podemos confiar na Sua soberania em todas as situações de nossa vida, até naquelas mais difíceis.

A BENÇÃO COMPASSIVA DE JESUS SOBRE AQUELES QUE CONFIAM NELE – vv. 30-34

A cura da mulher passou desapercebida de todos, mas, não de Jesus. Ele percebeu que de dentro dele saíra poder, não do seu manto. Jesus pergunta, então, à multidão sobre o toque no manto dele. Os discípulos, incapazes de perceber o que Jesus queria dizer com a pergunta, tratam Jesus como um bobo: "Como o senhor pergunta se alguém o tocou, se o senhor mesmo vê que tem um monte de gente à sua volta?". O texto de Lucas mostra Jesus explicando a razão da pergunta aos discípulos (8.46), ao passo que Marcos, simplesmente, diz que ele continuou a olhar ao redor, a fim de encontrar aquela que fizera isso.

Diante do interesse de Jesus pela identificação da mulher, ela, consciente de sua cura, aproxima-se dele e se prostra com temor e tremor. Mas não pára nisso, mas lhe conta toda a verdade. Toda a verdade acerca do que? De sua hemorragia, de seu sofrimento, de sua confiança na cura que apenas Jesus poderia oferecer e a bênção da cura que experimentara ao tocar em Jesus. Ela queria que tudo isso passasse desapercebido, mas Jesus entendeu que era importante a manifestação dela, pois o quebrantamento e reconhecimento da sua necessidade de salvação eram importantes. Isso fazia parte do processo de cura daquela mulher. Sem necessidade, não havia razão para a cura.

Quando ela lhe conta toda a verdade, Jesus declara que a sua fé a curou e que poderia ir para casa, em paz, curada de seu sofrimento. Jesus se compadece da situação miserável da mulher e responde à sua fé, garantindo a cura definitiva de sua doença.

Será que você reconhece a sua necessidade de Jesus, do cuidado e amor dele? Será que somos corajosos o suficiente para confessarmos que não somos nada e carecemos completamente da graça de Deus em nossas vidas. Quando há esse tipo de reconhecimento, não falta compaixão da parte do Senhor para conosco. É nos momentos que somos fracos que Ele diz: "a minha graça te basta".

Ele é sumo-sacerdote que se compadece em nossas fraquezas, quando por fé reconhecemos nossa dependência dEle para vencê-las.

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