terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A RESPOSTA BÍBLICA PARA A VIOLÊNCIA

No ano de 2006 presenciamos o caos que a violência pode causar dentro da sociedade quando não é tratada da maneira adequada. Milhares de trabalhadores refugiados em suas casas, sem poderem realizar a lida do dia-a-dia. Policiais e familiares correndo o risco de vida, simplesmente por serem responsáveis pela detenção de criminosos. Patrimônio público e privado como o alvo de destruição. Será que nosso mundo virou de ponta-cabeça? Presenciamos uma ordem onde o mal governa, enquanto o bem se encontra indefeso, sem condições de reação?

Essas eram perguntas que ecoavam nas mentes de milhares de brasileiros cujas vidas foram afetadas pelos atos terroristas do famoso Primeiro Comando da Capital, popularmente chamado de PCC. Depois de alguns meses, começamos a respirar com mais tranqüilidade, todavia, isso não significa que estamos imunes à violência. Afinal de contas, esse ato em massa fora apenas o reflexo daquilo que, diariamente, presenciam milhões de pessoas. É o seu José, que perdeu o filho, morto por traficantes; ou a Maria que saiu para o seu trabalho e fora agredida por assaltantes. É o americano, alvo do ódio de terroristas islâmicos e o palestino que perde familiares na faixa de Gaza. A realidade não pode ser negada.

Como enfrentar tal questão? Existe solução para o problema violência? A Bíblia fornece resposta consistente e confiável para este dilema. Como um mal, a violência teve sua concepção na queda do homem dentro Jardim do Éden, ao rejeitar o bem que Deus havia revelado e preparado para ele. Apesar disso, Deus nunca deixou de propiciar-lhe a oportunidade de reatar a comunhão e praticar o bem, e continuou revelando Seus atributos e vontade.

Foi assim com Caim, quando o Senhor não o aceitou e nem a sua oferta (Gn 4.1-5), aquele ficara enfurecido por não se agradar do veredicto do Criador. Deus, bondosamente, se revela a Caim, questiona o motivo de sua ira e lhe oferece a escolha de dominar seus sentimentos (Gn 4.6, 7). Todavia, o homem, mais uma vez, resolve fazer de seu próprio jeito, o que culmina na violenta morte de Abel (Gn 4.8).

A incapacidade humana de conter a violência durante a história de sua existência pós-queda, apenas demonstra que alguém cuja impiedade é inata desde cedo (Gn 8.21; Sl 51.5; Rm 7.18) produzirá o mal contra seu semelhante (Mc 7.20-23) e nunca satisfará a plena justiça de Deus (Rm 3.9-20). Bastam os exemplos dos filhos de Jacó ao buscarem fazer justiça com as próprias mãos contra os moradores de Siquém (Gn 34.13-31), a guerra civil da nação de Israel na época dos juízes (Jz 19 – 21), a vingança de Absalão pelo estupro de sua irmã (2 Sm 13.23-39) e, o ápice da crueldade humana, na crucificação de Jesus Cristo, o próprio Deus encarnado (Is 53.1-9; At 2.36; 3.13-15; 4.27).

A solução, portanto, se encontra no Deus que se revela e que desde Caim, oferece ao homem a oportunidade de abandonar a violência. A Bíblia, na qualidade de Escrituras Sagradas é a própria Palavra de Deus, isto é, Sua revelação (2 Tm 3.14-16) e, somente por meio dela, podemos ser capazes de produzir qualquer boa obra (2 Tm 3.17).

As Escrituras deixam claro que a reconciliação horizontal entre os homens só pode ocorrer mediante a reconciliação vertical com Deus (Ef 2.11-18). Tal reconciliação se efetua apenas mediante a Pessoa de Cristo (Ef 2.1-7) e Sua obra na cruz (Rm 5.1, 6-11; Hb 9.27-28; 1 Jo 4.10), e é recebida pelo homem, exclusivamente pela fé (Ef 2.8, 9). Ao perceber o imenso amor de Deus, o crente em Cristo é compelido a amar (1 Jo 4.10-12, 19-21) e, assim, a perdoar liberalmente, como Ele o perdoou mediante a oferta de Jesus (Ef 4.31 – 5.2). Qualquer outra tentativa de reconciliação entre os homens, será uma mudança superficial, mero legalismo. Pois tal amor é derramado pelo Espírito Santo, com exclusividade, naqueles que confiaram no imensurável amor divino que concedeu perdão aos que antes eram seus inimigos (Rm 5.5-11).

Urge, então, mostrar aos homens sua imensa dívida para com Deus e o pagamento dela por meio da obra de Cristo, para que percebam o quão pequena é a dívida de seu próximo para consigo e perdoem com generosidade (Mt 18.21-35). A partir daí, é que fazem sentido as palavras de Jesus sobre oferecer a outra face, andar duas milhas e amar tanto o próximo quanto o inimigo, refletindo o amor do Pai (Mt 5.38-48). Assim, será possível abençoar os que nos perseguem, dar de comer e beber ao adversário que tem fome e sede (Rm 12.14-21) e não revidar aos que nos insultam e prejudicam (1 Pe 2.18-25).

A violência só será vencida pela revolução do amor que começa no Deus Triúno e passa a ser vivenciada, por pura graça, entre os homens!

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito boa iniciativa.... creio muitas pessoas possam se beneficiar com teus escritos...

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